A Via Láctea é a única galáxia. História da Grande Disputa

A Via Láctea é a única galáxia. História da Grande Disputa

Nossa compreensão do tamanho do universo no começo do século XX foi muito mais modesta. Podemos dizer que não ultrapassou os limites da galáxia nativa. Mas o Grande Debate (Big Debate) mudou tudo.

Assunto

A falta de telescópios poderosos limitou severamente nossa visão do espaço exterior. Podemos observar as estrelas, mas como entender até onde elas estão localizadas? Cerca de um século atrás, havia uma visão bem estabelecida de que a Via Láctea é a única galáxia com um vazio por trás dela.

No entanto, os pesquisadores ainda notaram estranhas formações retorcidas e vagas. Eles ficaram conhecidos como nebulosas espirais. Normalmente, os cientistas não tentaram estudá-los. Mas um dia surgiu uma questão sobre a nebulosa no território da constelação de Andrômeda.

Pesquisadores tentaram entender: nesse aglomerado de gás haverá um sistema planetário relacionado à Via Láctea, ou é um sistema estelar distante completamente estranho que está tão longe que suas estrelas não podem ser resolvidas?

Era importante entender: diante de nós estão as formações incluídas na Via Láctea, ou é algo muito maior - galáxias individuais que não são inferiores às nossas em tamanho ou até mesmo superam isso. A discussão começou em 1920 e terminou com a publicação de duas obras em 1921, apresentando um confronto alto e importante entre Shapley e Curtis.

Argumentos de Harlow Shapley

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O astrônomo Harlow Shapley tentou provar que o Universo está literalmente limitado à Via Láctea. Então a nebulosa de Andrômeda (agora é uma galáxia) e outras formações de grande escala fazem parte de uma única galáxia e vivem dentro dela. Que argumentos ele deu? Na verdade, havia apenas um trunfo nas mãos - uma ilusão geral.

Ele disse que se Andrômeda fosse um representante galáctico separado, ele seria removido de nós por 10 a 8 anos-luz, o que não se encaixava em convicções científicas. E Shepley não estava só, como crenças universais expressas.

Ele recebeu apoio do influente astrônomo Van Maanen (determinou a paralaxe e os movimentos apropriados das estrelas), que afirmavam que ele era capaz de observar a rotação de nebulosas, entre as quais estava o cata-vento (galáxia). Mas a natureza galáctica não corresponderia à velocidade da luz. Só mais tarde ficará claro que Van Maanen estava errado, porque é impossível consertar a rotação galáctica durante uma vida humana.

Argumentos de Geber Curtis

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O segundo astrônomo americano ainda poderia acreditar que as nebulosas, semelhantes à Andrômeda em larga escala, aparecem como galáxias inteiras que não são inferiores à natureza da Via Láctea. Ele usou a referência a Immanuel Kant e começou a chamá-los de "ilhas do universo". Sim, o filósofo alemão estava à frente dos cientistas por vários séculos e acreditava que a Via Láctea não era a única no espaço sideral.

Geber Curtis estudou cuidadosamente o novo Andromeda, provando que há muito mais deles do que em nosso território galáctico. Como pode ser que em uma parte do universo haja mais deles do que na outra? Então, nós temos uma galáxia completamente diferente, cuja coleção de estrelas é diferente. Além disso, ele estudou cuidadosamente a estrutura de Andrômeda, notando a presença de nuvens de poeira e grandes indicadores do efeito Doppler.

Ponto em disputa

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Edwin Hubble ajudou a resolver o problema. Ele teve a sorte de usar o maior telescópio naquele tempo (o aparelho de 100 polegadas de Hooker) e rastrear as Cefeidas (estrelas variáveis ​​pulsantes) localizadas no território das "nebulosas espirais". Esses estudos foram realizados já em 1922-1923, ou seja, após as obras escritas na Grande Disputa.

Suas observações e medições de distância mostraram que as nebulosas estavam muito mais longe do que os cientistas imaginavam. Então, eles não poderiam estar na Via Láctea e eram galáxias separadas. Harlow Shapley não desistiu e argumentou por um longo tempo. No entanto, o Hubble publicou um trabalho impresso em 1925, e a maioria dos cientistas o apoiava.

Postscript

Desde então, nossa compreensão do tamanho do universo se expandiu consideravelmente. Mais tarde, o Hubble conseguiu provar a expansão do espaço (“Quem abriu a expansão do universo: Hubble ou Lemaitre?”) e fez a classificação galáctica mais completa.

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